"Há que se cuidar do broto, pra que a vida nos dê flor e fruto"

terça-feira, 31 de março de 2009

Você conhece Cientistas de 5 anos, 4 anos, 3 anos...?

(Márcia Furiati e Sandra Drumond)


Na Escola Municipal Maria Sales Ferreira um Projeto desenvolvido pelas professoras Márcia Furiati e Sandra Drumond, propicia que crianças dessa faixa etária descubram o mundo das Ciências através de diversos experimentos científicos.

Tudo começa com a apresentação da “Mala do Cientista”, que a cada sessão traz uma proposta de experimentação e o material necessário para realizá-la. Em roda, as professoras conversam com as crianças e apresentam o material. Essa é a hora do convite! É a hora de seduzir as crianças para que desejem experimentar!

A opção por uma mala como portadora do material para experiência do dia, se deu em função de tentar aproximar da realidade das crianças a figura do cientista. Assim, se a “mala do cientista” é nossa, nós somos os cientistas. Portanto trata-se de um instrumento que coloca a ciência em poder de quem usa a mala e a partir dela faz experiências e observações, constrói, amadurece, refuta e reconstrói hipóteses, enfim, descobre as possibilidades que o pensamento científico proporciona.

O momento seguinte é de ouvir o que as crianças pensam e acham sobre o material apresentado e as possibilidades de experiências que ele proporciona. A partir daí inicia-se o processo de levantamento de hipóteses onde cada um fala sobre o que acha que vai acontecer. Nesse momento é fundamental: a escuta e a intervenção adequada das professoras para que as crianças construam ou avancem em suas hipóteses.

É chegada então, a hora de experimentar. O local da realização da experiência depende da proposta e ou do grupo. Pode ser em sala ou em outros espaços da escola.

Após a realização da experiência, retomamos a roda, agora para conclusão. É o momento de avaliarmos juntos tudo o que aconteceu: o que deu certo ou não; quem conseguiu desenvolver a proposta; quem precisou de ajuda; se as hipóteses levantadas na roda inicial aconteceram ou não e porquê. É a hora de explicar o que foi realizado.

É importante finalizar cada sessão com alguma forma de registro. Esse pode ser desenho, gravação da conversa, fotografias, filmagens ou outras formas possíveis.


É importante ressaltar que um dos critérios para a escolha das experiências é que dessem oportunidade para que cada criança pudesse realizá-la individualmente e ao mesmo tempo em que todo o grupo.

Para a preparação desse momento não é necessário a escolha de experiências muito elaboradas. Algumas vezes uma atividade simples pode dar uma ótima sessão de experiência como, por exemplo, o plantio de sementes, bolhas de sabão ou uma nova técnica artística. O que faz essas simples atividades se tornarem um rico experimento é a maneira de propor e a forma de intervenção que o professor utilizará.

Em 2008, estávamos com turmas de idades diferentes, o que não inviabilizou o Projeto. Uma turma tinha crianças de 3 / 4 anos e a outra 4 / 5 anos. Assim, além de trabalharmos os objetivos relacionados às ciências e fenômenos naturais, também trabalhamos a interação entre as crianças com idades diferentes.

Isso gerou uma troca de saberes e habilidades entre a criançada. Era comum ver as crianças maiores auxiliando as menores e se sentindo importantes por isso. E as menores tentando imitar as maiores e se sentindo mais “poderosas” por esta interação.

Neste artigo apresentaremos um bloco de experiências que usavam o ar como elemento principal.

Iniciamos o projeto em 2008 fazendo bolhas de sabão comuns, com canudinhos plásticos e bolhas de sabão gigantes com diversos tipos de instrumentos: cano de pvc, gargalo de garrafa pet, cabide de roupa, circunferências feitas com mangueiras de borracha de espessuras variadas, carretéis de linha e rolos de papelão (papel alumínio, papel higiênico e outros).

A partir dos experimentos com bolhas investimos em mais experiências com ar: cata-vento, girocóptero, prender o ar em diversos sacos plásticos.

Destacaremos agora algumas falas das crianças que mostram o pensamento científico em ação: a evolução de hipóteses, a busca do acerto através de diversas tentativas, a observação e o aprendizado com o outro e a interação entre os envolvidos.

“_ Primeiro experimentamos fazer bolinhas na água sem sabão. Não deu certo! Então colocamos o sabão na água e aí deu pra fazer muitas bolinhas de sabão.”

“_ Eu gostei muito de fazer bolha grande. Eu peguei uma daquelas borrachas pretas e coloquei na água e puxei e saiu uma bolha grandona.”

“_ Saiu mesmo, eu estava lá sentado com meu copo e eu vi ele fazer uma bolha gigante.”

“_ Eu descobri que o cata-vento roda só quando a gente corre. Quando a gente fica parado ele roda só de vez em quando. Quando sopra ou roda com a mão.”

“_ Quando tem muito vento, o cata-vento roda bem forte.”

“_ O colega me ensinou a prender o ar assim (fez o movimento).”

“_ Eu gostei de dar um tapão no meio da sacola porque o vento voou pro parquinho.”

“_ O vento é invisível.”

A intenção do professor deve ser de que as crianças experimentem, mesmo que o resultado seja óbvio (água sem sabão não faz bolha). A atitude de experimentar é que faz construir o conhecimento.

Quando o professor possibilita que as crianças inventem outras maneiras (não planejadas) de experimentar e está atento as hipóteses delas podem surgir situações inesperadas e enriquecedoras. Exemplificando, ao propormos em sala a experiência do cata-vento, planejamos que ela acontecesse no parquinho. Para a nossa surpresa um grupo de crianças permaneceu na sala, pois descobriram a possibilidade de experimentar o cata-vento ligando o ventilador da sala. Algumas crianças, ao chegarem ao parquinho e começarem a correr se depararam com os triciclos (que são utilizados no recreio) e resolveram testar o cata-vento de uma outra maneira, encaixando-o no guidom enquanto pedalavam.

Só com um olhar atento é que o professor pode perceber que ao permanecerem em sala ou ao pegarem os triciclos, as crianças não estavam burlando a atividade e sim experimentando novas possibilidades de fazer o cata-vento rodar, ou seja, exercitando o pensamento científico.

Ao trabalhar com experiências na Educação Infantil, enfatizamos o processo de construção e não o resultado final. Quando a criança conclui que o ar é invisível foi o processo que ela vivenciou com as experiências que permitiu esse conhecimento e a sua verbalização. Essa conclusão não era o nosso objetivo, mas aconteceu como conseqüência dos experimentos e trocas realizadas.

Enfim, trabalhar experiências com crianças tão pequenas enriquece, estimula e provoca em cada uma o espírito investigativo tão próprio das crianças e de um bom cientista.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

SEJAM BEM VINDOS ...

INICIO DE ANO LETIVO É SEMPRE ASSIM MUITA ALEGRIA...


E DE VEZ EM QUANTO ATE UM POUCO DE CHORO...

Escola é

"... o lugar que se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente
Gente que trabalha, que estuda
Que alegra, se conhece, se estima.

O Diretor é gente,
O coordenador é gente,
O professor é gente,
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um se comporte
Como colega, amigo, irmão.

Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”
Nada de conviver com as pessoas e depois,
Descobrir que não tem amizade a ninguém.
Nada de ser como tijolo que forma a parede,
Indiferente, frio, só.

Paulo Freire